Olá, sou Tainá Carvalho — psiquiatra, psicanalista, professora e escritora.

Aqui, a escuta começa no cuidado e floresce em liberdade.

Tainá Carvalho

Meu percurso é feito de encontros: no consultório, nas salas de aula e em cada espaço social de escuta. Sou médica com residência em Psiquiatria e formação contínua em Psicanálise lacaniana. Atuo tanto na clínica psiquiátrica quanto na psicanalítica em Maceió-AL, e busco integrar minha experiência acadêmica, social e clínica em cada consulta.

Ministrar palestras, cursos e oficinas sobre Reforma Psiquiátrica e temas de saúde mental e âmbito judiciário faz parte da minha trajetória, assim como a produção de conteúdos educativos e criativos relativos à poesia.

Psiquiatria & Psicanálise: a angústia como ponto de partida

A psiquiatria e a psicanálise são caminhos diferentes que percorro com cuidado e respeito. Cada percurso tem uma forma própria de escuta e, por isso, atendo cada pessoa em apenas um desses caminhos.

O que aproxima esses atendimentos costuma ser a angústia: um sentimento difícil de nomear, mas tão presente na vida. Entenda como cada área compreende e acolhe esse ponto de partida:

O Olhar da Psiquiatria

Na psiquiatria, o trabalho se volta para a possibilidade de apaziguar a angústia e outros sintomas, em que o objetivo tende a buscar por um retorno à funcionalidade e à vida cotidiana. O diagnóstico orienta caminhos e os tratamentos tendem a buscar, com o uso de medicamentos e acompanhamentos, a diminuição do sofrimento imediato.

O Caminho da Psicanálise

A psicanálise, especialmente na vertente lacaniana, aproxima-se da angústia de outra maneira. Aqui, a escuta é feita palavra a palavra. O sintoma e a angústia, em vez de serem silenciados, ganham espaço para contar histórias, repetir, recordar, elaborar. Não há pressa: trabalhar com o desejo é convidar a vida a ganhar novos contornos, reconhecendo que o sintoma tem seu valor, sua poesia e sua função singular.

Se a psiquiatria busca silenciar ou amenizar rapidamente o sofrimento, a psicanálise aposta no tempo da fala, da escuta e da invenção de caminhos próprios.

Engajamento Social e Reforma Psiquiátrica

A luta antimanicomial marca meu trabalho e defender o cuidado em liberdade é um compromisso constante. Atuo em projetos de reforma psiquiátrica e já trabalhei em serviços públicos como o Consultório na Rua, prefeituras do interior, SERIS e supervisão de processos de desinstitucionalização, sempre buscando criar espaços de escuta, cuidado e liberdade.

No vídeo a seguir, compartilho o Cordel do Desavexo, que escrevi e narrei para falar sobre atravessar crises sem abrir mão dos direitos.

Escrita Criativa e Produções

Rimas livres para efeitos colaterais

Tainá Carvalho (Editora Minimalismos)

Guia Interativo sobre os Processos de Trabalho Diante do Fechamento do Manicômio Judiciário

Tainá Carvalho

Perguntas Frequentes

O que é o cuidado em liberdade?

O cuidado em liberdade é a ultrapassagem da lógica manicomial. Da indicação em massa de internamentos com aspecto punitivo, da falta de aposta no sujeito e da caracterização dele a partir de um Transtorno Mental. A liberdade é no sentido de que o “tratamento” não é sinônimo de internação e que há outros caminhos possíveis.

O psiquiatra Paulo Amarante, grande referência no Brasil em relação à Reforma Psiquiátrica, fala sobre a importância da construção de um novo lugar social para a loucura. Já que no imaginário popular e nas construções manicomias que pairam a sociedade, aquilo que é estranho e que passa a tumultuar o ordenamento social, tecido como normal, precisa ser tolhido e cerceado. Assim, ao longo dos anos, ainda permanece a dimensão de que a “loucura” precisa de uma intervenção em espaços como hospitais psiquiátricos e comunidades terapêuticas. Entretanto, o que há, na verdade, é que a maioria das pessoas enviadas a esses lugares apresentam um viés de classe e de raça, tendo sido apagadas nesses espaços. Por meio da Lei 10.216 (Lei Paulo Delgado) que traz a Luta antimanicomial para o Brasil, se traz a possibilidade de findar esses concretos ambientes e a existência da Rede de Atenção Psicossocial, que permite que o sujeito viva em seu território, circule entre os dispositivos e não mais viva em encarceramento.

Com o capitalismo, marca-se pela primeira vez na história, uma lógica em que a o empobrecimento cresce na razão direta em que aumenta a capacidade social de produzir as riquezas, ou seja, por mais que a sociedade se monte com capacidade de acelerar a produção de mais bens e serviços, também se eleva a parcela daqueles que não têm acesso efetivo a tais bens e serviços e não possuem condições materiais de vida. Assim, sobressaem o enxugamento de mão de obra, a intensificação do trabalho e o aumento da jornada, o estímulo a competição entre os trabalhadores, dificultando a organização sindical, regressão dos direitos sociais sob o manto da moderna flexibilização. Ainda, nessa linha de pensamento, ao considerar como problemas e questões apenas algo do campo do sujeito isolado, perde-se a dimensão coletiva e isenta-se a sociedade de classes da responsabilidade na produção das desigualdades sociais.

© 2025 Tainá Carvalho – Psiquiatra e Psicanalista em Maceió-AL

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